quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TCP/ IP (Internet Protocol ou protocolo de interconexao)

TCP/IP (Transmission control protocol/ internet protocol- protocolo de controle de transmissao/protocolo de interconexao)

NOVA VERSAO DE IP.

DE IPv4 para IPv6

IPv6

IPv6 é a versão mais atual do protocolo IP. Sua criação é fruto do esforço do IETF para criar a "nova geração do IP" (IPng: Internet Protocol next generation), cujas linhas mestras foram descritas por Scott Bradner e Allison Marken, em 1994, na RFC 1752. Sua principal especificação encontra-se na RFC 2460.
O protocolo está sendo implantado gradativamente na Internet e deve funcionar lado a lado com o IPv4, numa situação tecnicamente chamada de "pilha dupla" ou "dual stack", por algum tempo. A longo prazo, o IPv6 tem como objetivo substituir o IPv4, que só suporta cerca de 4 bilhões (4x109) de endereços IP, contra cerca de 3,4x1038 endereços do novo protocolo. A previsão atual para a exaustão de todos os endereços IPv4 livres para atribuição a operadores é de Julho de 2011, o que significa que a implantação do IPv6 é inevitável num futuro bastante próximo.
O assunto é tão relevante que alguns governos têm apoiado essa implantação. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, em 2005, determinou que todas as suas agências federais deveriam provar ser capazes de operar com o protocolo IPv6 até junho de 2008. Em julho de 2008, foi liberada uma nova revisão das recomendações para adoção do IPv6 nas agências federais, estabelecendo a data de julho de 2010 para garantia do suporte ao IPv6. O governo brasileiro recomenda a adoção do protocolo no documento e-PING, dos Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico.
Protocolos Internet (TCP/IP)
Camada
Protocolo
5.Aplicação
HTTP, SMTP, FTP, SSH, RTP, Telnet, SIP, RDP, IRC, SNMP, NNTP, POP3, IMAP, BitTorrent, DNS, Ping ...
4.Transporte
TCP, UDP, SCTP, DCCP ...
3.Rede
IP (IPv4, IPv6) , ARP, RARP, ICMP, IPSec ...
2.Enlace
Ethernet, 802.11 WiFi, IEEE 802.1Q, 802.11g, HDLC, Token ring, FDDI, PPP,Switch ,Frame Relay,
1.Física
Modem, RDIS, RS-232, EIA-422, RS-449, Bluetooth, USB, ...




Motivações para a implantação do IPv6

O esgotamento do IPv4 e a necessidade de mais endereços na Internet

O principal motivo para a implantação do IPv6 na Internet é a necessidade de mais endereços, porque os endereços livres IPv4 estão se acabando.
Para entender as razões desse esgotamento, é importante considerar que a Internet não foi projetada para uso comercial. No início da década de 1980, ela poderia ser considerada uma rede predominantemente acadêmica, com poucas centenas de computadores interligados. Apesar disso, pode-se dizer que o espaço de endereçamento do IP versão 4, de 32 bits, não é pequeno: 4.294.967.296 endereços.
Ainda assim, já no início de sua utilização comercial, em 1993, acreditava-se que o espaço de endereçamento da Internet poderia se esgotar num prazo de 2 ou 3 anos. Isso não ocorreu por conta da quantidade de endereços, mas sim por conta da política de alocação inicial, que não foi favorável a uma utilização racional desses recursos. Dividiu-se esse espaço em 3 classes, a saber:
  • Classe A: com 128 segmentos, que poderiam ser atribuídos individualmente às entidades que deles necessitassem, com aproximadamente 16 milhões de endereços cada. Essa classe era classificada como /8, pois os primeiros 8 bits representavam a rede, ou segmento, enquanto os demais poderiam ser usados livremente. Ela utilizava o espaço compreendido entre os endereços 00000000.*.*.* (0.*.*.*) e 01111111.*.*.* (127.*.*.*).
  • Classe B: com aproximadamente 16 mil segmentos de 64 mil endereços cada. Essa classe era classificada como /16. Ela utilizava o espaço compreendido entre os endereços 10000000.0000000.*.* (128.0.*.*) e 10111111.11111111.*.* (191.255.*.*).
  • Classe C: com aproximadamente 2 milhões de segmentos de 256 endereços cada. Essa classe era classificada como /24. Ela utilizava o espaço compreendido entre os endereços 11000000.0000000.00000000.* (192.0.0.*) e 11011111.11111111.11111111.* (213.255.255.*).
Os 32 blocos /8 restantes foram reservados para Multicast e para a IANA.
O espaço reservado para a classe A atenderia a apenas 128 entidades, no entanto, ocupava metade dos endereços disponíveis. Não obstante, empresas e entidades como HP, GE, DEC, MIT, DISA, Apple, AT&T, IBM, USPS, dentre outras, receberam alocações desse tipo.
As previsões iniciais, no entanto, de esgotamento quase imediato dos recursos, não se concretizaram devido ao desenvolvimento de uma série de tecnologias, que funcionaram como uma solução paliativa para o problema trazido com o crescimento acelerado:
  • O CIDR (Classless Inter Domain Routing), ou roteamento sem uso de classes, que é descrito pela RFC 1519. Com o CIDR foi abolido o esquema de classes, permitindo atribuir blocos de endereços com tamanho arbitrário, conforme a necessidade, trazendo um uso mais racional para o espaço.
  • O uso do NAT e da RFC 1918, que especifica os endereços privados, não válidos na Internet, nas redes corporativas. O NAT permite que com um endereço válido apenas, toda uma rede baseada em endereços privados, tenha conexão, embora limitada, com a Internet.
  • O DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol), descrito pela RFC 2131. Esse protocolo trouxe a possibilidade aos provedores de reutilizarem endereços Internet fornecidos a seus clientes para conexões não permanentes.
O conjunto dessas tecnologias reduziu a demanda por novos números IP, de forma que o esgotamento previsto para a década de 1990, ainda não ocorreu. No entanto, as previsões atuais indicam que o esgotamento no IANA, que é a entidade que controla mundialmente esse recurso, ocorrerá até 2011, e nos Registros Regionais ou Locais, como o LACNIC, que controla os números IP para a América Latina e Caribe, ou o NIC.br, que controla os recursos para o Brasil, 1 ou 2 anos depois.

Outros fatores motivantes

O principal fator que impulsiona a implantação do IPv6 é a necessidade. Ele é necessário na infraestrutura da Internet. É uma questão de continuidade de negócios, para provedores e uma série de outras empresas e instituições.
Contudo, há outros fatores que motivam sua implantação:
  • Internet das coisas: Imagina-se um futuro onde a computação será ubiqua e pervasiva... A tecnologia estará presente em vários dispositivos hoje não inteligentes, que serão capazes de interagir autonomamente entre si - computadores invisíveis interligados à Internet, embutidos nos objetos usados no dia a dia - tornando a vida um pouco mais simples. Pode-se imaginar eletrodomésticos conectados, automóveis, edifícios inteligentes, equipamentos de monitoramento médico, etc. Dezenas, talvez mesmo centenas ou milhares de equipamentos estarão conectados em cada residência e escritório... O IPv6, com endereços abundantes, fixos, válidos, é necessário para fazer desse futuro uma realidade.
  • Expansão das redes: Vários fatores motivam uma expansão cada vez mais acelerada da Internet: a inclusão digital, as redes 3G, etc. São necessários mais IPs.
  • Qualidade de serviço: A convergência das redes de telecomunicações futuras para a camada de rede comum, o IPv6, favorecerá o amadurecimento de serviços hoje incipientes, como VoIP, streaming de vídeo em tempo real, etc, e fará aparecerem outros, novos. O IPv6 tem um suporte melhorado a classes de serviço diferenciadas, em função das exigências e prioridades do serviço em causa.
  • Mobilidade: A mobilidade está a tornar-se um factor muito importante na sociedade de hoje em dia. O IPv6 suporta a mobilidade dos utilizadores, estes poderão ser contactados em qualquer rede através do seu endereço IPv6 de origem.

Novidades nas especificações do IPv6

  • Espaço de Endereçamento. Os endereços IPv6 têm um tamanho de 128 bits.
  • Autoconfiguração de endereço. Suporte para atribuição automática de endereços numa rede IPv6, podendo ser omitido o servidor de DHCP a que estamos habituados no IPv4.
  • Endereçamento hierárquico. Simplifica as tabelas de encaminhamento dos roteadores da rede, diminuindo assim a carga de processamento dos mesmos.
  • Formato do cabeçalho. Totalmente remodelados em relação ao IPv4.
  • Cabeçalhos de extensão. Opção para guardar informação adicional.
  • Suporte a qualidade diferenciada. Aplicações de áudio e vídeo passam a estabelecer conexões apropriadas tendo em conta as suas exigências em termos de qualidade de serviço (QoS).
  • Capacidade de extensão. Permite adicionar novas especificações de forma simples.
  • Encriptação. Diversas extensões no IPv6 permitem, à partida, o suporte para opções de segurança como autenticação, integridade e confidencialidade dos dados.

 

 

Formato do datagrama IPv6

Um datagrama IPv6 é constituído por um cabeçalho base, ilustrado na figura que se segue, seguido de zero ou mais cabeçalhos de extensão, seguidos depois pelo bloco de dados.
Cabeçalho base do datagrama IPv6.
Formato do cabeçalho base do datagrama IPv6:
  • Tem menos informação que o cabeçalho do IPv4. Por exemplo, o checksum será removido do cabeçalho, que nesta versão considera-se que o controle de erros das camadas inferiores é confiável.
  • O campo Traffic Class é usado para assinalar a classe de serviço a que o pacote pertence, permitindo assim dar diferentes tratamentos a pacotes provenientes de aplicações com exigências distintas. Este campo serve de base para o funcionamento do mecanismo de qualidade de serviço (QoS) na rede.
  • O campo Flow Label é usado com novas aplicações que necessitem de bom desempenho. Permite associar datagramas que fazem parte da comunicação entre duas aplicações. Usados para enviar datagramas ao longo de um caminho pré-definido.
  • O campo Payload Length representa, como o nome indica, o volume de dados em bytes que pacote transporta.
  • O campo Next Header aponta para o primeiro header de extensão. Usado para especificar o tipo de informação que está a seguir ao cabeçalho corrente.
  • O campo Hop Limit tem o número de hops transmitidos antes de descartar o datagrama, ou seja, este campo indica o número máximo de saltos (passagem por encaminhadores) que o datagrama pode dar, antes de ser descartado, semelhante ao TTL do IPv4.

Fragmentação e determinação do percurso

No IPv6 o responsável pela fragmentação é o host que envia o datagrama, e não os roteadores intermédios como no caso do IPv4. No IPv6, os roteadores intermédios descartam os datagramas maiores que o MTU da rede. O MTU será o MTU máximo suportado pelas diferentes redes entre a origem e o destino. Para isso o host envia pacotes ICMP de varios tamanhos; quando um pacote chega ao host destino, todos os dados a serem transmitidos são fragmentados no tamanho deste pacote que alcançou o destino.
O processo de descoberta do MTU tem que ser dinâmico, porque o percurso pode ser alterado durante a transmissão dos datagramas.
No IPv6, um prefixo não fragmentável do datagrama original é copiado para cada fragmento. A informação de fragmentação é guardada num cabeçalho de extensão separado. Cada fragmento é iniciado por uma componente não fragmentável seguida de um cabeçalho do fragmento.

Múltiplos cabeçalhos

Uma das novidades do IPv6, é a possibilidade de utilização de múltiplos cabeçalhos encadeados. Estes cabeçalhos extra permitem uma maior eficiência, devido a que o tamanho do cabeçalho pode ser ajustado às necessidades. Também permite uma maior flexibilidade, porque podem ser sempre adicionados novos cabeçalhos para satisfazer novas especificações.
As especificações actuais recomendam a seguinte ordem:
  1. IPv6
  2. Hop-By-Hop Options Header
  3. Destination Option Header
  4. Routing Header
  5. Fragment Header
  6. Authentication Security Payload Header
  7. Destination Options Header
  8. Upper-Layer Header

Endereçamento

O endereçamento no IPv6 é de 128 bits, e inclui prefixo de rede e sufixo de host. No entanto, não existem classes de endereços, como acontece no IPv4. Assim, a fronteira do prefixo e do sufixo pode ser em qualquer posição do endereço.
Um endereço padrão IPv6 deve ser formado por um campo provider ID, subscribe ID, subnet ID e node ID. O node ID (ou identificador de interface) deve ter 64bits, e pode ser formado a partir do endereço físico (MAC) no formato EUI 64.
Os endereços IPv6 são normalmente escritos como oito grupos de 4 dígitos hexadecimais. Por exemplo,
2001:0db8:85a3:08d3:1319:8a2e:0370:7344
Se um grupo de vários dígitos seguidos for 0000, pode ser omitido. Por exemplo,
2001:0db8:85a3:0000:0000:0000:0000:7344
é o mesmo endereço IPv6 que:
2001:0db8:85a3::7344
Existem no IPv6 tipos especiais de endereços:
  • unicast - cada endereço corresponde a uma interface (dispositivo).
  • multicast - cada endereço corresponde a múltiplas interfaces. É enviada uma cópia para cada interface.
  • anycast - corresponde a múltiplas interfaces que partilham um prefixo comum. Um datagrama é enviado para um dos dispositivos, por exemplo, o mais próximo.
Com o IPv6 todas as redes locais devem ter prefixos /64. Isso é necessário para o funcionamento da autoconfiguração e outras funcionalidades.
Usuários de qualquer tipo receberão de seus provedores redes /48, ou seja, terão a seu dispor uma quantidade suficiente de IPs para configurar aproximadamente 65 mil redes, cada uma com 2^64 endereços. É preciso notar, no entanto, que alguns provedores cogitam entregar aos usuários domésticos redes com tamanho /56, permitindo sua divisão em apenas 256 redes /64.

Estruturas de endereços de transição

Os endereços IPv6 podem ser compatíveis com IPv4 , podendo o primeiro conter endereços IPv4.
Para tal, os 128 bits do IPv6 ficam assim divididos:
  • campo de 80 bits colocado a '0' (zero)
  • campo de 16 bits colocado a '0' (zero)
  • endereço IPv4 de 32 bits
Endereços IPv6 compatíveis com IPv4:
::<endereço IPv4>
Os endereços IPv6 podem ser mapeados para IPv4 e são concebidos para roteadores que suportem os dois protocolos, permitindo que nós IPv4 façam um "túnel" através de uma estrutura IPv6. Ao contrário dos anteriores, estes endereços são automaticamente construídos pelos roteadores que suportam ambos os protocolos.
Para tal, os 128 bits do IPv6 ficam assim divididos:
  • campo de 80 bits colocado a '0' (zero)
  • campo de 16 bits colocado a 'F'
  • endereço IPv4 de 32 bits
Endereços IPv6 mapeados para IPv4:
::FFFF:<endereço IPv4>

Outras estruturas de endereços IPv6

Existem outras estruturas de endereços IPv6:
  • Endereços de ISP - formato projetado para permitir a conexão à Internet por utilizadores individuais de um ISP.
  • Endereços de Site - para utilização numa Rede Local.


Estrutura do Protocolo IPv6   

   Comparando-se o formato do IPv6 com o do IPv4, os mecanismos de opções foram completamente revisados, seis campos foram suprimidos (header length, type of service, identification, flags, fragment offset e header checksum), três foram renomeados e, em alguns casos, ligeiramente modificados (length, protocol type e time to leave), e dois foram criados (trafic class e flow label).
    As simplificações mais consideráveis do IPv6 foram a alocação de um formato fixo para todos os cabeçalhos, a remoção do check-sum de cabeçalho e a remoção dos procedimentos de segmentação "hop-by-hop".
    A remoção de todos os elementos opcionais não significa que não se possa configurar serviços especiais. Estes poderão ser obtidos através de cabeçalhos denominados "Cabeçalhos de Extensão", que são anexados ao cabeçalho principal.
    A remoção do check-sum poderia gerar problemas no roteamento dos pacotes, mas o IPv6 pressupõe que as camadas inferiores são confiáveis, com seus respectivos controles de erro como, por exemplo, o 802.2 LLC (Logical Link Control) para redes locais, o controle das camadas de adaptação dos circuitos ATM e o controle do PPP para links seriais.
    A cada salto de um pacote IPv6, os roteadores não precisarão se preocupar com o cálculo do tamanho do cabeçalho, e nem com as tabelas de fragmentação, que serão realizadas pelos hosts. Todas estas modificações aumentam substancialmente o desempenho dos roteadores, permitindo melhor desempenho para redes de alta velocidade.
    Novos recursos para permitir maior segurança na rede foram descritos, assim como uma nova estrutura interna de endereçamento, podendo agora os endereços terem campos em seu conteúdo. Este novo tipo de estrutura afeta de forma direta os novos tipos de roteamento. A tabela abaixo, conforme citada em http://www.cisco.com.br/ipv6, mostra um quadro comparativo entre os dois protocolos.

Tipo de Serviço IP
Solução IPv4
Solução IPv6
Segurança
IPSec Disponível
IPSec Obrigatório
Auto-configuração
DHCP para Hosts; Futura Renumeração a Nível de Site
Serverless ou DHCP, Renumeração a Nível de Site
Escalabilidade
Roteamento Hierárquico
Roteamento Hierárquico
Mobilidade
IP Móvel
IP Móvel
IP Multicast
Multicast BGP
Identificador de abrangência, Multicast BGP
Faixa de Endereçamento
32 bits de endereçamento, Tradução de Endereço de Rede (NAT)
128 bits de endereçamento


Endereçamento IPv6

    A principal diferença entre o endereçamento do IPv4 e do IPv6 é o tamanho: endereços IPv4 possuem 32 bits de tamanho, enquanto endereços IPv6 possuem 128 bits. Porém esta não é a única diferença no endereçamento destes protocolos. Enquanto os endereços IPv4 são dividido em apenas duas ou três partes variáveis para serem distribuidos e localizados (um identificador de rede, um identificador de nodo e, às vezes, um identificador de sub-rede), os endereços IPv6 são grandes o suficiente para suportarem uma nova idéia - a idéia de campos dentro do endereço.
    Há três tipos de endereços IPv6: o unicast, o multicast e o anycast. Os endereços unicast e multicast são similares com os da versão IPv4; o endereço broadcast existente no IPv4 deixa de existir, enquanto um novo tipo de endereçamento é criado: o anycast.


Representação do Endereçamento IPv6

    Para que possa haver uma compreensão de como são representados os endereços IPv6, é necessário que primeiro se observe alguns dados sobre a represntação dos endereços IPv4.
    Os endereços IPv4 são representados em quatro partes, com valores delimitados, ou seja, , quatro números separados por pontos. Por exemplo, todos os endereços da figura abaixo são IPv4 válidos, representados por inteiros decimais:
10.5.3.1
127.0.0.1
201.199.244.101
    Os endereços IPv6, quatro vezes maiores que os endereços IPv4, são também quatro vezes mais complexos. A representação básica de um endereço IPv6 se dá na forma X:X:X:X:X:X:X:X, onde X refere-se a quatro dígitos hexadecimais (16 bits). Cada dígito consiste em quatro bits, cada inteiro consiste em quatro dígitos e cada endereço consiste em oito inteiros, num total de 128 bits (4x4x8 = 128). Por exemplo, os endereços da figura abaixo são alguns endereços IPv6 válidos:
CDCD:910A:2222:5498:8475:1111:3900:2020
1030:0:0:0:C9B4:FF12:48AA:1A2B
2000:0:0:0:0:0:0:1
    Este é o formato preferido para representar os endereços IPv6, porém há dois outros métodos adicionais que podem ser usados para clarear e facilitar o seu uso.
    Apenas 15 % de todo espaço IPv6 está alocado, ficando os outros 85% restantes para uso futuro. Devido a esta pré-alocação, será comum endereços com uma longa seqüência de bits zero. Neste caso, a especificação permite "suprimir" estes zero. Em outras palavras, o endereço "2000:0:0:0:0:0:0:1" pode ser representado como "2000::1".
    O dois pontos indica que o endereço será expandido em um endereço de 128 bits. O método substitui zeros somente quando eles estiverem em grupos de 16 bits, e os dois pontos pode ser usado apenas uma vez por endereço.
    A terceira opção é útil quando se deseja juntar endereços IPv4 com endereços IPv6. Os últimos 32 bits de um endreneço IPv6 podem ser usados para referenciar um endereço IPv4, sendo expressados da seguinte forma: X:X:X:X:X:X:d.d.d.d, onde "X" representa um inteiro de 16 bits e "d" representa um inteiro decimal.
    Por exemplo, o endereço "0:0:0:0:0:0:10.0.0.1" é um endereço IPv4 válido. Combinando ambos os métodos alternativos de representação, este endereço pode ser represesentado como "::10.0.0.1".
    Pelo fato dos endereços IPv6 serem quebrados em duas partes - um prefixo indicando sub-rede e um identificador de interface - espera-se que um nodo com endereçamento IPv6 seja representado indicando qual parte deve ser mascarada, para fins de roteamento, de maneira similar ao que é feito em endereços do tipo CIDR (Classless Interdomain Routing). Em outras palavras, um nodo de endereço IPv6 indica um tamanho de prefixo, separado do endereço IPv6 por uma barra, como o da figura abaixo, por exemplo. Este endereço indica que os primeiros 60 bits referem-se ao prefixo, com o propósito de roteamento.
1030:0:0:0:C9B4:FF12:48AA:1A2B/60

Endereços Especiais e Reservados

    O primeiros 0,03% dos endereços IPv6, todos os endereços que comecem com os bits 0000 0000, são considerados endereços reservados. Muito do espaço reservado ainda está vazio, porém ainda serão muitos os endereços reservados que deverão ser encontrados daqui para a frente. Estes tipos de endereços incluem:
  • Endereço não especificado. Este endereço possui zeros em toda a sua extensão. Ele é útil quando precisamos de um endereço que não seja válido, como por exemplo, quando um host acessa uma rede pela primeira vez, e não tem um endereço IP assossiado a ele, precisando tem um endereço origem para fazer uma requisição de configuração. Este endereço é representado como 0:0:0:0:0:0:0:0, ou de forma abreviada, ::, como explicado na sessão anterior.

  • Endereço de loopback: No IPv4, o endereço de loopback é definido como 127.0.0.1; qualquer pacote endereçado a ele seria enviado a interface de rede - porém sem ser transmitido pelo link da rede. Endereços de loopback são úteis para testes de softwares, assim como configurações. O endereço IPv6 de loopback é formado inteiramente por zeros, com excesão do último bit, que é 1. Em outras palavras, o endereço de loopback ficaria representado da seguinte maneira: 0:0:0:0:0:0:0:1, ou simplesmente ::1.

  • Endereço IPv6 carregando endereço IPv4: Existem dois tipos destes endereços, um permite que nodos IPv6 acessem nodos IPv4 que não suportam IPv6, enquanto que outro permite que roteadores IPv6 possam fazer um túnel para enviar pacotes IPv6 utilizando a rede IPv4.
Endereços Multicast
    Como os endereços do tipo broadcast, endereços multicast são particularmente úteis em redes locais ethernet, quando todos os nodos devem receber a transmissão enviada. No caso do broadcast, cada nodo verifica no datagrama recebido o endereço destino, e se este for um endereço de broadcast, o nodo receberá o restante da transmissão. Um endereço de broadcast indica que cada nodo da rede deve receber a mensagem enviada. Multicast, no entanto, é um pouco diferente: o nodo deve se inscrever em um endereço multicast e, ao receber um datagrama percebe que o endereço destino é um endereço multicast, verifica se está inscrito neste endereço e pode receber o datagrama.
    Uma importante razão para o sucesso dos endereços IP é que eles não são encaminhados de forma indiscriminada para todos os nodos de um conjunto de redes (veja-se como exemplo a internet). Caso isto acontecesse seria um caos. Esta é a razão do porquê os endereços broadcast não são encaminhados para outras redes pelos roteadores. Entretanto, com o multicast, pode-se selecionar pacotes a serem encaminhados adiante, para roteadores que estão inscritos em endereços multicast e que têm insteresse em recebê-los.
    Quando um nodo inscreve-se em um endereço multicast, ele anuncia que deseja ser um membro daquele endereço, e algum roteador local será inscrito como interessado para receber os pacotes indicados àquele endereço. Quando uma transmissão é enviada para um endereço multicast vindo de outro nodo que está na mesma rede, o pacote multicast é encapsulado dentro de uma uma unidade de transmissão de dados multicast. Na ethernet, a unidade encapsulada é um endereço que é enviado para um endereço de multicast ethernet; em outros tipos de redes que usam circuitos ponto a ponto para todas as transmissões (como ATM), o pacote será transmitido para inscritos da mesma maneira, utilizando para isto um mecanismo em que o servidor transmite o pacote para cada inscrito individual. Multicast fora de redes locais é tratado da mesma maneira: somente sera enviado o pacote ao roteador se este tiver nodos inscritos para receberem o pacote.
Grupos Multicast IPv6

    O IPv4 utiliza multicast para enviar dados que necessitam de alta largura de banda para serem enviados a muitos nodos, como o caso de videoconferência ou distribuição de notícias financeiras e cotas de estoque. Outras aplicações são possíveis, com muitas novas possibilidades, juntando-se a idéia de endereços multicast, com a possibilidade de alterar o campo scop. Muitos dos já conhecidos endereços multicast incluem em seus grupos roteadores, serviços DHCP, serviços de audio e vídeo, serviços de jogos pela rede, e muitos outros, conforme descrito em [RFC2375].
    Para ilustrar, supondo que se deseja trabalhar com o identificador de grupo multicast para "todos os servidores DHCP". Este grupo é representado pelo identificador 1:3. Quando usado, marcando a abrangência para dois, representando a distância de tipo link local, o resultado do endereço multicast será "FF02:0:0:0:0:0:1:3", podendo ser usado para pegar um endereço IP sendo de qualquer lugar onde estiver o nodo na rede. Isto porque o servidor DHCP estará inscrito em um endereço multicast, fazendo com que ao receber o pacote vindo do host originário, envie um endereço IPv6 válido, com o intuito de auto-configuração. Este tipo de aplicação torna-se extremamente útil para proprietários de computadores portáteis.

 

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